O Transporte
- André Canaan
- 19 de nov. de 2015
- 3 min de leitura
Seja no deslocamento de pessoas, alimentos ou grandes estruturas, o transporte é fundamental para o desenvolvimento. Rodrigues (2008, p.15) descreve o transporte como: “o deslocamento de pessoas e peso de um local para o outro”. Segundo Pozo (2010, p.161) o transporte se remete aos muitos métodos para a movimentação. Tendo como alternativas mais populares os modos rodoviários, ferroviários e aeroviários. Em algumas situações cabe ao gestor de logística escolher quanto ao método de transporte, aos roteiros e à utilização da capacidade dos veículos.
Segundo Pozo (2010, p.162) os sistemas básicos de transportes se configuram através de cinco modais: sistema por ferrovias, por rodovias, por hidrovias, por dutos e por aerovias. A importância de cada modal está ligada a variação do tempo e das necessidades dos clientes e processadores, bem como as variações do clima. Cabe ao gestor de logística a escolha do melhor modal de transporte, observando sua característica para melhor adequar ao tipo de carga, ao tempo de entrega e ao custo.
Podemos dizer que o transporte representa uma das principais atividades logística, pois vencer o tempo, à distância, chegar na hora certa, no local desejado a um preço aceitável pelo cliente é papel do transporte. Tendo em vista a sua importância para a realização da missão logística é imprescindível uma gestão eficaz do mesmo, já que o transporte segundo Ballou (2006, p.149) representa de um a dois terços dos custos logísticos totais. A gestão eficaz do sistema de transporte deve garantir a eficiência e a redução dos custos, buscando sempre um transporte barato que contribua para a redução dos preços dos produtos.
O transporte rodoviário se diferencia dos demais métodos de transporte por ser o que apresenta maior frequência e disponibilidade, além de ser o modal mais flexível podendo alcançar variados pontos territoriais. Suas vantagens são:
“Serviço porta a porta, sem necessidade de carregamento ou descarga entre origem e destino; frequência e disponibilidade dos serviços; velocidade e conveniência. Sua flexibilidade de alcançar variados pontos territórios faz com que ele seja método de transporte mais utilizados para o transporte de cargas nos perímetros urbanos”. (BALLOU, 2006, p.149)
Segundo artigo publicado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a preferência pelo modal rodoviário como principal meio de transporte de carga, um fenômeno a nível mundial que se observa desde a década de 50, tem como base a expansão das indústrias automobilísticas associadas aos baixos preços dos combustíveis derivados do petróleo.
O transporte rodoviário é o modal mais utilizado no Brasil, sua preferência pelos brasileiros se deve ao fato da ineficiência do país de utilizar as várias modalidades de transporte. Segundo Pereira (2006, p.229) a distorção de nossa matriz de transporte é um dos principais problemas logísticos do Brasil, em quanto nos países de dimensões territoriais grandes, como EUA, China e Rússia utilizam com mais frequência os modais aquaviário e ferroviário e menos o rodoviário.
No Brasil o que acontece é exatamente o contrário, ou seja, um predomínio absoluto do transporte Rodoviário. Pereira (2006, p.230) ressalta: “Aqui, cerca de 60% do volume de carga são transportados pelo rodoviário, contra 29% nos EUA, 24% na Austrália e 8% na China”. Isso assemelha o Brasil a países da Europa ocidental, de pequena dimensão territorial.
Aliado à excessiva burocracia, está a falta de infraestrutura das rodovias, ferrovias, portos, portos secos, aeroportos e fronteiras que por não se modernizarem, interferem de maneira absurda no processo de transporte de mercadorias, graduando-se mais se tratando de cargas excedentes, no entanto a situação já foi mais agravante, pois, segundo artigo publicado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a malha viária do Brasil passou por transformações e melhorias nas últimas décadas, principalmente a partir dos anos 90 com o advento de novas políticas de gestão e a criação das chamadas Parcerias Público-Privadas (PPP), no entanto, há também ressalvas que as dificuldades administrativas tem inviabilizado o uso dos recursos corretamente.
É inegável que a estrutura (ou falta dela), afeta o setor rodoviário de cargas. Pereira (2006, p.230) também ressalta como problemas do setor rodoviário brasileiro: “a informalidade e a fragmentação do setor, uma crescentemente envelhecida pela incapacidade de renovação, a insegurança que resulta em crescentes roubos de cargas, a falta de regulamentação e o excesso de capacidade, que resulta em concorrência predatória em preços inferiores aos custos reais”.
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